segunda-feira, 27 de setembro de 2010

#5

Praia dos Ingleses — "Posa e finge que não está um vento uó nem um frio de 9ºC."



"Zdravo!".
Ou algo do tipo. Nossas amigas eslovenas nos ensinaram, significa "oi".

Enfim…
Oi, tudo bem? Não. Ainda estou sofrendo com a crise "nossa geladeira parou de funcionar e metade da comida foi pro lixo" e "os professores não querem trabalhar e minhas aulas não começam nunca". Isso desencadeia as crises "tomando chá gelado-quente" e "acordando às 7h porque eu curto ser palhaça". O fato da geladeira ter parado de funcionar é inexplicável, mas mais inexplicável ainda é dois terços dos professores não aparecerem na faculdade nem pra dar um "olá". Estou de férias desde 22 de junho. Oi, aulas do Luiz Gê, que saudade.

Mas fora isso… Muitas tardes de tédio e dias de Maria, lavando roupa, louça, banheiro, geladeira mofada. O Outono chegou anteontem e meu vestuário tropical-veraneio já está encostado no armário. Fomos à Praia dos Ingleses para aproveitar uma sexta-feira sem aula (não me diga) e o Sol que será raridade daqui algum tempo.



Foto por Leticia Melli, a fotógrafa da performance


Enquanto vamos todos os dias pra faculdade só pra fazer social com os 900 mil brasileiros que habitam aquele lugar e esperamos as aulas começarem, a vida cultural continua um tanto quanto inovadora. Outro dia participei de uma performance do Maia, que é artista plástico. Performances não se explicam em palavras, são inexplicáveis até para quem as assiste. Eu era a baterista de uma banda de rock. Hã. Depois de fazer um estardalhaço que durava 10 segundos, havia uma longa espera pelo início do "show", que nunca aconteceu. E era essa espera, os olhares entre os músicos, os gestos, que resumiam a performance.
Eu disse que era inexplicável.

Não consegui fazer muitas panorâmicas dignas, porque pelo jeito a urucubaca tá afetando até minhas fotografias. Vou tomar um banho de sal grosso e benzer a casa, que deve ter um rato morto bloqueando a rede elétrica.



Beijo. Beijo.

domingo, 19 de setembro de 2010

#4



Enfim, temos uma nova casa! Depois de muitas visitas a lugares sombrios e bizarros, encontramos a casa da Raquel (L), que fica no único prédio moderno da cidade. Ela também faz design na U.Porto e aquele cafofo no canto direito da sala é o quarto dela. Nos mudamos na sexta e, uau, temos armários.




Pegamos nossos camelos e fomos até o IKEA, uma Etna uber grande e barata. Infelizmente depois das 20h30 fica difícil habitar meu quarto porque está com problemas elétricos e não tem luz. Mas quem precisa de luz quando tenho uma cama de casal só pra mim.





Outro dia teve jantar multi-étnico na casa da Lhaís e da Shiau. Eslovenas, italianas, brasileiras, mexicana. Só mulher feia. E, claro, com muito vinho e o charme do bigode lusitano.





Já faz um mês que estamos aqui e só amanhã começam nossas aulas. Mas exercitamos muito nosso intelecto com filmes cult (alguns até demais) e peças de teatro incompreensíveis, organizados pelos nosso amigos portugueses. Apesar da lavagem cerebral que esses eventos nos proporcionavam, a cerveja na esplanada (algo como "parte descoberta do bar") com vista para Gaia sempre fazia valer a pena. Muito giro (lindo).

Acho que esqueci minha inspiração para escrever na casa antiga.

Beijo. Beijo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

#3


Casa da Música

Eis que estou de volta depois de um tempo de ausência. Foram tantas emoções que já nem lembro mais de todas. Dia 3 de setembro foi aniversário da Le e fizemos uma uber festa na casa do Maia. Meu escondidinho e minha torta de frango foram um sucesso, obrigada. E fomos à balada (de verdade) pela primeira vez. Chama Tendinha e é quase uma Funhouse. Um achado para uma cidade de uns 350 mil habitantes. A vida noturna está mais que aprovada.




É difícil identificar algo coeso nessa montagem, e ainda mais difícil de indentificar que é um McDonald's. Fica na Praça da Liberdade, aqui do lado de casa. O McDonald's mais bonito que já vi, com candelabros e vitrais. E fico até emocionada em dizer que a comida de lá é COMIDA mesmo, com gosto de pão, carne e alface de verdade.



Outro dia descobrimos que estamos sem teto. O quarto que íamos alugar foi alugado por outra pessoa e estamos temporariamente à procura louca de um lar. Enquanto isso permanecemos no nosso muquifo por mais algum tempo.

Nessa foto é a Estação Ferroviária do Porto — São Bento. Tem azulejos portugueses típicos, arquitetura típica e a Letícia posando para minhas fotos típica.



Havíamos planejado, e até reservado, uma viagem para Lisboa nesse final de semana, mas o imprevisto do apartamento nos obrigou a cancelá-la. Ficamos por aqui mesmo e fomos até a ribeira do Rio Douro, com vista para a Vila Nova de Gaia. Ao pôr-do-sol, sentamos em um bar árabe, com tapetes e almofadas no chão. Bem feio, como podem ver. Mesmo quando as coisas dão um pouco errado, é tudo maravilhoso. Ai, que vida ruim.

Beijo. Beijo.